As Avenidas 23 de Maio e Nove de Julho, em São Paulo, são símbolo da
Revolução de 1932. A primeira é uma alusão ao dia da morte de quatro
jovens estudantes que se tornaram heróis do movimento revolucionário e
deram origem à sigla MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), pela
qual se tornou conhecido o levante paulista. Já a segunda avenida é
referente à data do início da guerra propriamente dita, considerada
feriado estadual em comemoração ao Dia do Soldado Constitucionalista.
Agora, ambas são referência na exposição Constitucionalista: 80 anos da Revolução de 1932, que acontece de 4 a 26 de julho, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Através de imagens, documentos históricos originais e objetos
museológicos, a exposição mostra a relação deste episódio com a história
da Câmara dos Deputados: apesar de ter sido uma guerra que dizimou
cerca de 800 brasileiros, ela deixou um legado para a história
parlamentar brasileira. A vitória de Getúlio Vargas não impediu o
fortalecimento da luta pelo retorno da ordem democrática. Em 1933 foram
realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, fato que
marcou a reabertura do Poder Legislativo.
Para montar a exposição, o Espaço Cultural Zumbi dos Palmares e o Museu
da Câmara dos Deputados contaram com material cedido pelo Museu dos
Veteranos de 32, pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e pelo Museu Casa
Guilherme de Almeida, todos de São Paulo, e também pelo Centro de
Documentação e Informação da própria Câmara. Os documentos expõem
aspectos ignorados pela história oficial, como a participação de
mulheres de diversos segmentos sociais, negros, índios e crianças que se
mobilizaram em diferentes frentes pelo ideário da revolução.
A mostra pode ser visitada de segunda à sexta, das 9h às 18h30, no
Corredor de acesso ao Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos
Deputados. A entrada é franca.
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